Para enriquecer os
debates do Encontro Preparatório do Enec+30, consulte primeiro aspectos importantes registrados na página dedicada aos anos 1980-90s . Você poderá complementar as informações com seus
comentários.
2000s No Mundo
A primeira década do terceiro milênio inaugurou uma nova
versão de guerra quente, deflagrada a partir dos ataques às torres gêmeas do
World Trade Center em Nova Yorque. O cerceamento às liberdades civis nos EUA
foi a principal consequência a nível interno, e as guerras do Iraque e
Afeganistão, seu desdobramento externo.
A economia mundial, embalada pelo bom desempenho da década
anterior, iniciou um dos períodos de maior prosperidade e estabilidade da
história, que encorajou a maioria das nações européias a adotar o euro como
moeda comum, contabilmente desde 1999 e em notas, a partir de 2002. Mas, no
final de 2007, estourou a temida bolha imobiliária americana, arrastando o
mundo numa profunda crise econômica, que até hoje não consegue esboçar a mínima
recuperação.
Na América Latina
O novo milênio viu as tradicionais oligarquias sulamericanas
irem cedendo espaço para os partidos de esquerda. Em 1999, Hugo Chavez assumiu
o governo da Venezuela. Em 2004, Tabaré Vázquez pôs fim à prolongada alternância
da dobradinha Partido Blanco/Colorado no Uruguai. Em 2005, a Bolívia elegeu seu primeiro
presidente indígena, Evo Morales. Em 2007, foi a vez do Equador, com Rafael
Corrêa. Em 2008, o Partido Colorado finalmente entregou o governo paraguaio ao
esquerdista Fernando Lugo.
Fortaleceu-se o sonho de uma América Latina unida e, como a
crise nos países centrais fizeram dele tanto uma necessidade com uma
oportunidade, o Mercosul tomou grande
impulso e a Unasul – União das Nações Sulamericanas, fez-se fato em 2008.
No Brasil
Nossa economia
Ao contrário do que aconteceu na primeira década do milênio com
a economia mundial, que começou bem e terminou mal, a do Brasil experimentou inicialmente
pequeno retrocesso, no final do governo FHC. O PIB, que já estava em queda,
despencou de 644,70 bilhões de dólares, em 2000, para 504,22, em 2002, mas
recuperou e alcançou em 2010 a casa dos 2,09 trilhões. Esta recuperação
coincidiu com a gestão do presidente Lula, que conseguiu ser eleito em sua
quarta tentativa, em consonância com a tendência dos povos sulamericanos em
confiar seus governos a representantes das forças populares.
Nosso país ganhou destaque em dois novos grupos de nações
que cresceram em importância no cenário mundial, com pequena relativização do G-8:
o G-20 (grupo das vinte maiores economias do mundo) e o BRICS (inicialmente com
Brasil, Rússia, Índia e China, agregando depois a África do Sul), dos chamados emergentes,
cujas economias mostraram forte aceleração.
Internamente, os índices sociais brasileiros apresentaram
sensíveis melhoras, caiu a taxa de desemprego e o número dos que estavam abaixo
da linha de pobreza, elevando consequentemente o poder aquisitivo da população.
A histórica concentração de renda deu pequenos sinais de retração.
Nossa educação
Nessa década, várias iniciativas foram tomadas pelo governo
e pela sociedade civil no sentido de melhorar e ampliar a educação oferecida
aos brasileiros. Entretanto, destacam-se aquelas cujo objetivo foi estender o
acesso à ela a seguimentos da população até então excluídos.
O Enem – Exame
Nacional do Ensino Médio, criado em 1998, foi aperfeiçoado e ampliou suas
funções. Em 2009, passou a substituir o vestibular para ingresso nos cursos
superiores que aderiram do Sisu –
Sistema de Seleção Unificada, e ainda a habilitar para o ProUni – Programa Universidade para Todos, criado em 2004 para
a concessão de bolsas a estudantes carentes, em instituições privadas de
educação superior. E veio também substituir o antigo Encceja - Exame Nacional para Certificação de Competências de
Jovens e Adultos, habilitando os que não concluíram curso regular na idade
adequada a obterem o certificado da etapa educacional correspondente.
No ano 2000, o governo do estado do Rio determinou a reserva
de 50% das vagas nas universidades estaduais para estudantes oriundos das
escolas públicas, estaduais e municipais. Em 2001, instituiu o sistema de
cotas, garantindo 40% da vagas para estudantes denominados negros ou pardos. Em
2002, esse princípio foi acatado na esfera federal através da chamada Lei das
Cotas. Hoje, cerca de 130 universidades públicas e inúmeras particulares adotam
o sistema, o que se deve muito ao chamado movimento negro, em especial à Educafro, entidade que há alguns anos
oferece cursos pré-vestibulares para afrodescentes e carentes e atualmente,
através de convênios com múltipas instituições de ensino, disponibiliza bolsas
de estudo em todos os níveis para este segmento da população. Em 2009, com
propósitos semelhantes, surgiu a UNEafro
– União de Núcleos de Educação Popular para Negros/as e Classe Trabalhadora.
O Pronera –
Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária, criado em 1998 e desenvolvido
pelo Incra em parceria com ONGs e governos, ganhou força em 2004, quando um
decreto do presidente Lula o regulamentou, estabelecendo que a educação no
campo é da responsabilidade compartilhada da União, estados e municípios e que
se destina aos agricultores, familiares, extrativistas, pescadores artesanais,
ribeirinhos, assentados e acampados da reforma agrária, trabalhadores rurais
assalariados, quilombolas, caiçaras, povos da floresta e caboclos.
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