Por que CRISTÃOS?

 “Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim;
e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora.”
(Evangelho São João 6.37)

Os homens dão nomes às suas associações para especificar aqueles que dela fazem parte e, consequentemente, deixar de fora os que não se encaixam na denominação escolhida, são assim excludentes por definição. As palavras de Jesus citadas acima atestam que com o cristianismo é diferente, ele se propõe a ser includente.

O apóstolo Paulo absorveu bem essa estranha característica do cristianismo quando defendeu com unhas e dentes o direito dos gentios seguirem a Cristo sem abandonarem sua cultura, mesmo tendo o próprio Jesus fundamentado toda sua pregação no Escrituras dos Judeus, e de o próprio apóstolo ter permanecido judeu zeloso, mesmo após sua conversão.

Ironicamente, mais tarde, o cristianismo vestiu de vez a roupagem greco-romana e seus líderes, agora gentios, passaram a excluir todas as culturas diferentes, começando pelas dos povos chamados bárbaros e alcançando  a própria tradição judaica que moldou a mensagem evangélica. Depois inventaram a tal de ortodoxia, para excluir até cristãos aculturados que não rezassem pela cartilha da oligarquia eclesiástica.

Apesar desta epidemia estar hoje se alastrando aceleradamente entre os que se chamam cristãos, motiva o Enec  a convicção de que o cristianismo se caracteriza por congregar diferentes, ao contrário das associações humanas que, por definição, reúnem iguais em algum aspecto específico. Como organização humana, nossa especificidade é o compromisso com as causas estudantis. E, como cristãos, compartilhamos também a convicção de que esta sociedade é perversamente injusta, que fazemos parte dela e que, portanto, também somos culpados por esse estado de coisas. E mais, é nossa fé que nos dá a certeza de que, agindo com responsabilidade e juntos, podemos construir um mundo justo e solidário. Nossa teologia chama isso de frutos do arrependimento. E quem queira nos acompanhar nesse propósito, de modo nenhum lançaremos fora.